Thursday, March 16, 2006

O que vejo eu...
Vejo-te sair do mar, dourada, húmida, atenta ao clamor silencioso que produzia a tua imagem.Não esquecerei o teu corpo nu. A memória faz-me voltar, todas as tardes à praia onde a espuma te queria acariciar os joelhos dulcíssimos, onde o sol beijou o teu corpo nu. E recrio-te no ar, parado.
Não esqueço o teu corpo desejável, as tuas coxas reluzentes, os teus seios ... Não esqueço o calor do corpo... Não esqueço...

Entreguei-me às esferas áridas, frias, das ideias, buscando o refúgio que a tua pele agora não me oferece. Nesta ria, onde os moliceiros sobem e descem, onde os pescadores dão banho á minhoca na esperança de uma boa pescaria, fico sonhando uma praia distante.
Vejo-te agora também, deslumbrante e doce. Quero apagar por momentos a tua imagem. Mas em vão.
Não esqueço o teu corpo de água ardendo.
Não esqueço o momento.
Nos livros, onde tento refugiar-me, não vejo mais do que as tuas linhas.

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