Friday, July 27, 2007

Sozinho na noite

Sozinho na noite.
Continuo a percorrer solitários caminhos.

Na contingência intransigente de ser eu.
Apologia do eu.
Estranha dialéctica esta.
Batem horas, não pulsam corações.

Aguardo o contacto da tua voz.
A memória atraiçoa-me.
A perfeição auto defende-se.
Rostos, aromas, sensações, nada se guarda.

Exigências de uma contemporaneidade vivida.
Estamos juntos, estamos distantes.

O Corpo Amado

Como pode alguém sonhar á distância com o corpo amado? Como pode alguém escrever sobre ele? Fazer da pele folhas de papel? Transformar as marcas mais secretas, a geografia dos poros, a arqueologia das cicatrizes em palavras, frases, textos?
Como embalsamar as pernas em letras? Não, isto não é possível. Muitas coisas ficariam esquecidas. As palavras como coxas, mão, rabo, ombro, lábio, queixo, pêlo, umbigo, pescoço, joelho e outras tantas, é preciso esquecê-las para não turvar este corpo.
Como pretender que os pequenos abismos das consoantes possam acolher as superfícies desta paisagem, com seus tremores e nervosismo? Como nomear, descrever, narrar este corpo que entre a penumbra se esconde e se anuncia? Sequer ouso tocá-lo. Olhar basta-me. Como um menino doente que, às escondidas, abre a janela do quarto e, mesmo quando a chuva e a noite dissolvem a cidade, imagina as bicicletas, o carrossel, piscina, passeio de mãos dadas, cinema... A visão do corpo amado é minha hora mais silenciosa. Para que tocá-lo? Para que escrevê-lo?
Ainda em febre, olho através da chuva. Tremores ínfimos parecem ventos, o rumor do silêncio faz tremer as nuvens, os olhos fechados não prometem menos que o sol.
Afinal, não é um corpo o que vejo assim distante, mas os volumes de uma inteira biblioteca, jamais escrita. Como traduzir o barulho dos cabelos ao vento, as cintilações do escuro acenando nas unhas, a linhagem das orelhas, a prosódia líquida da perna esquerda?
Afinal, não é um corpo, mas uma minúscula tempestade, um oceano encolhido no aquário que qualquer mão brusca pode entornar.
Por mais que estenda o braço, não consigo tocar o corpo de que gosto tanto. Por mais palavras que tenha, não posso escrever este corpo que me dá as costas e se oferece. As palavras nada podem, vacilam entre o espelho e a penumbra. Quando muito, as minhas mãos estremecem e recuam com medo das sombras.
Como cobrir de palavras um corpo que, desde e para sempre nu, parece dançar nas poças d’água e abrir a janela para a chuva?
Simplesmente recordo. Vagueiam na minha mente as imagens, as palavras, os gestos e também os movimentos. Como traduzir para palavras tudo o que o pensamento teimosamente me faz recordar. Impossível será verter em palavras tudo isto.

Fica por mim

Fica
Faz-me esquecer que é noite e que ela acaba
não me permitas adormecer
na manhã perco-me de teus braços
esse meu mundo absoluto que desaparece com o sol

Fica!
não me digas que tem que ser que tens que ir
que amanhã é outro dia
não me abandones na agonia de acordar sem te ter cá

Fica!
deixa que nos descubram juntos
que mal ao mundo virá se eu gritar aos quatro ventos
que não há pecado ou delito em te ter em te amar

Fica!
essa verdade
é fardo leve
que podemos transportar
pensa nos momentos de paz
quando o dia já é tarde
pensa no preguiçar a meu lado
nos pequenos almoços na cama s
em a pressa porque tens que ir

Fica!
não quero viver só a noite
quero que sejas luz solar
acordar em teu abraço
teu beijo meu mundo
que sonho despertar

Fica!
não me lembres que é noite
e que ela tem um fim
não me deixes na agonia
de acordar sem te ter cá

Fica!
fica por mim
que vivo para sentir
as batidas do teu breve coração

Fica!
quero-te aqui para sempre
e não me digas que não

O meu mundo


Da-me a tua mão
Vem comigo
Que vou mostrar-te meu mundo

Da-me a tua mão
E caminha comigo
Que lado a lado veremos a imensidão do universo


Da-me a tua mão
E vê com os meus olhos
Que vou mostrar-te a beleza e a felicidade


Da-me a tua mão
E sente
Que o calor dos nossos corpos se junta Da-me a tua mão

Da-me a tua mão

Deixa-me derrubar as barreiras da visão comum
E mostrar-te o mundo como ele realmente é... Infinito

Da-me a tua mão
E Deixa-me ensinar-te a ver o mar num grão de areia
E o céu num ramo que aflora

Da-me a tua mão

E deixa-me fazer-te sentir o vento
E o perfume que ele nos transmite Da-me a tua mão

Da-me a tua

E deixa-me mostrar-te a importância da vida
E toda a beleza que ela contém

Da-me a tua mão
Vamos correr descalços na relva
E sentir a energia da terra fluir nos nossos corpos

Da-me a tua mão
Vamos ver um pôr de sol
E admirar a arte da natureza em todo seu esplendor

Permite que o sentimento tome conta de ti
Deixando o amor surgir no teu coração

Permite que a paixão que transportas contigo

Seja alimentada por mim...


Permite que eu navegue pelas curvas de teu corpo

Transformando cada pedacinho dele numa jóia rara


Juntos nós caminharemos até á estrela mais próxima

E lá construiremos nosso santuário

Solidão... Saudade... e....

SOLIDÃO, SAUDADE E ....
Aqui
onde não há gente, nem há vida
onde o sol tem medo de brilhar
Aqui
onde as pedras se agigantam contra mim
e o vento não se cansa de uivar.
Aqui
há a solidão que me rodeia a cada instante
há a chuva que cai sem piedade
Aqui
a minha voz que (calada) grita:
estar só é morrer despedaçado.
Aqui
há a saudade que me atormenta sem ter dó
há o teu rosto que me envolve na luz vazia;
Aqui
eu penso em ti
mas de pensar morro de tristeza e de agonia.
Aqui
no meio da solidão
cresce o meu amor e minha ternura,
Aqui
neste monte agreste, nesta terra que não conheço.
gela-me a alma e o corpo
Aqui
á noite, ergo os olhos ao Céu e penso em ti;
só a pensar em ti eu adormeço.
Aqui,
Neste ermo de solidão está tudo contra nós
Nem o sol me aquece nem a lua me brilha
Aqui,
estou eu só
abandonado ao tempo e no tempo
Aqui
neste campo mesquinho e neste chão;
penso em di e na distancia que nos separa
Aqui
Aqui estou euMastigando no coração os dias que me separam do teu carinho

Onde estás...

Onde estás

É meia noite ... e rugindo
Passa triste a ventania,
Como um verbo de desgraça,
Como um grito de agonia.

E eu digo ao vento, que passa
Por meus cabelos fugaz:
"Vento frio do deserto,
Onde está ela? Longe ou perto?"
Mas como um hálito incerto,
Responde-me o eco ao longe:
Oh! Minha querida, onde estás? ...

Vem! É tarde! Por que tardas?
São horas de brando sono,
Vem reclinar-te em meu peito
Com teu lânguido abandono!...
Está vazio nosso leito ...
Está vazio o mundo inteiro.

Thursday, July 26, 2007

No Luar dos..

O Luar....
O que busco no teu silêncio, não é mais do que o desvendar das estrelas
Vestir-me do seu brilho e também beber sua magia.
No silencio dos teus olhos vejo as estrelas brilhantes
Ouço teus pensamentos mágicos e viajo na tua solidão.
O balbuciar da tua voz reflecte no meu sonho Sinto os teus ávidos beijos nascendo dos teus lábios.
Vejo-te nas estrelas brilhando e sinto-te no infinito próximo
A tua ausência é tão presente que sinto teu calor que me aquece.
Busco-te em meus momentos e procuro meu pouso no teu amor
Banho-me no luar dos teus cabelos e sou cativo do poder do teu sorriso.
Como é bom...

Ouço a tua voz, e sinto uma alegria arrebatando-me.

Ouço a tua voz, e sinto uma energia a invadir-me.
Ouço a tua voz, e sinto uma paz doce a percorrer minha alma.
Ouço a tua voz, e sinto um vigor inconfundível e jovial.
Ouço a tua voz, e sinto minha alma envolver-se terna e singela.
Ouço a tua voz, e sinto uma felicidade comovente e ardente.

Como é bom ouvir a tua voz!
Ela encanta-me!
Anima-me!
Revigora-me!
É uma pena só puder ouvir a tua voz!

Quando falo contigo, sinto uma alegria, e ao mesmo tempo sinto um tristeza!
Alegria porque me fazes acordar para a vida.
Tristeza por não a ter junto a mim.
Mas os dias passam e eu vou com eles, na certeza de que um dia vou ver-te,
tocar-te
e sentir-te.

Quando penso assim, olhos ficam marejados de lágrimas,
lágrimas de alegria e de felicidade em pensar no dia que isto acontecer...

Como é bom saber que tu existes...
Como é bom amar-te!
Gostar de ti!
Pensar em ti!

Quero.... Viver.

Quero ser..

Quero viver na tua vida, quero ser uma gota no teu rio, desaguar no mar do teu corpo..
Quero sonhar no teu sonho, acordar nos teus braços, ser a noite que abriga teu cansaço.
Quero ser uma luz no teu dia, um instante do teu presente, a saudade da tua ausência, a felicidade dos teus momentos.
Quero mergulhar no teu mistério, viajar no teu corpo.
Quero saciar a sede dos teus beijos, sentir teu calor, respirar teu perfume, ser todo teu desejo.
Quero sentir a vida que há em ti, partilhar dela cada dia, cada minuto, cada segundo.
Quero ser parte de ti, voar nas tuas asas e sonhar...

Não me culpes

Não me culpes

Não me culpes, por olhar para as estrelas, nem por ver, os teus lindos olhos, brilharem.
Não me culpes por gostar de ver as estrelas, nem dos meus olhos, dos teus gostarem
Não me culpes, por ouvir os sinos, no alto da torre soarem,
Não me culpes, pelos desatinos, que os meus olhos, aos teus cometerem,
Não me culpes por olhar-te tanto, e ficar tão absorvido,
Pois em teu olhar está o encanto, que me faz do mundo ficar esquecido...

Porque simplesmente existes

Para Ti....
Porque simplesmente existes...Pelo sonho tornado realidade Pela certeza que a felicidade existe e está ao alcance da mão, Pelo carinho, Pela espera, pela ternura no olhar, Pela paz conquistada, Pela certeza que o amanhã existe e é real por tudo que me dás Por seres como és, Por te amar assim...tanto...tanto,, Muito obrigado meu sol Muito obrigado meu amanhecer Muito obrigado meu sonho Para ti, só para ti...

Não deixes

Não deixes

Não deixes a minha mão pender vazia, pobre da ausência da tua!
Não deixes os meus lábios secarem, murchos da ausência dos teus!
Não deixes os meus olhos chorarem, lagos de sofrimento, porque te não vêm!
Não deixes a tristeza instalar-se, voltando a quebrar o sorriso!
Não deixes a noite cobrir-nos,
Não deixes a minha mão,
Os meus lábios,
Os meus olhos,
Não deixes a minha mão pender vazia…

Quem és tu?

Quem és tu...?
Que ages carinhosa e viras fantasia,
Deixando-me a pensar todos os dias,
Que me deita e adormece no sonho
De um romance de fadas sem fim...
Quem és tu que me incendeia assim...?

Quem és tu...?
Que me fazes desejar a tua presença
Que me enfeitiça a vos e a mente
Que me rouba o corpo já dormente
Que me faz sentir a vida

Quem és tu...?

Eu viajo querendo o momento do encontro,
Um passeio, uma conversa franca...
O que fazer quando encontrar a tua face?
Roubar-te um beijo, colar um abraço...?
Quem és tu que me leva a todo este embaraço...?
Desejo a tua presença, Enfeitiça-me com a tua voz,
Ah! Como viver um amor distante,
Suportando esta saudade atroz...?

Nos sonhos quando tenho a tua presença,
Estás a sorrir querendo amor,
E quando me beijas sinto o sabor,
Do que guardas no coração...
Acordo então cheio de esperança...
E pergunto-me sorrindo – quem és tu...?